🔹A hemorragia peri e intraventricular (HPIV) instala-se entre o primeiro dia de vida (50%) até o terceiro dia de vida (90%). A HPIV está relacionada à prematuridade, ao aumento da sobrevivência nos RN com peso abaixo de 1000 gramas, e, sobretudo, às práticas neonatais e à gerência dos serviços obstétricos e neonatais.
🔹Um elevado número de fatores de risco tem sido associado ao desenvolvimento de HPIV e dentre eles, baixo peso ao nascimento e idade gestacional inferior a 30 semanas são os dois fatores importantes isoladamente. Outros fatores de riscos citados são: mães fumantes, sexo masculino, rotura prematura de membranas, infecção intrauterina, trabalho de parto prolongado, sepse precoce, síndrome do desconforto respiratório, pneumotórax, aspirações de tubo traqueal frequentes, acidose metabólica e infusão rápida de bicarbonato e ventilação de alta frequência.
🔹RNPT possuem grande vascularização na matriz germinativa subependimária entre o tálamo e o caudado, podendo gerar a hemorragia peri ou intraventricular, o que, geralmente, não ocorre com o recém-nascido a termo, pois há remodelação do leito vascular e involução da matriz germinativa.
🔹Segundo a classificação Papile, a hemorragia pode: limitar-se à área da matriz germinativa (Grau I – Hemorragia Subependimária); romper nos ventrículos laterais e ocupar ≤ 50% do volume desta cavidade (Grau II – Hemorragia Intraventricular sem dilatação dos ventrículos); ter um aumento progressivo nos ventrículos laterais, ocupando mais de 50% do volume destes (Grau III – Hemorragia Intraventricular com dilatação dos ventrículos); estender-se dos ventrículos para o parênquima cerebral (Grau IV – Hemorragia intraventricular e hemorragia parenquimatosa).
🔹A localização e o tamanho são os principais fatores que contribuem para a mortalidade perinatal e morbidade neurológica. As HPIV graus III e IV estão associadas ao pior DNPM, mas há necessidade de acompanhamento e observação mesmo dos prematuros com HPIV graus I e II. Portanto, prematuros, bem como crianças com algum fator de risco biológico, devem ter seu desenvolvimento neuropsicomotor acompanhado por profissionais da saúde especializados.
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