SÍNDROME DE PUSHER

🟢 A Síndrome de Pusher (SP) é uma alteração do controle postural que foi descrita clinicamente, pela primeira vez, em 1909 por Beevor, porém Patrícia Davies (1996) foi quem definiu essa manifestação como “síndrome de pusher” através da observação do ato motor dos pacientes. A característica mais importante é que o paciente se empurra para o lado comprometido, ou seja, ele se inclina para o lado hemiplégico/parético e resiste fortemente à correção postural passiva de sua postura. O nome deriva deste sintoma mais importante “push” (empurrar).

🟢 Este comportamento está relacionado com a percepção postural vertical (PPV), de modo que este paciente tem a percepção de que está alinhado na vertical, quando, em realidade, está aproximadamente com 18 graus de inclinação para o lado ipsilesional. Ao tentar ficar na postura em pé ou sentado, o centro de massa desloca-se para o lado ipsilesional, e como resposta empurra-se para o lado contralesional.

🟢 Observa-se clinicamente que um maior número de pacientes com síndrome de pusher apresentam lesão no hemisfério cerebral direito, logo, com hemiplegia/paresia no hemicorpo esquerdo. Mas não estão claras quais são especificamente as estruturas responsáveis pela PPV. Alguns trabalhos sugerem que as lesões podem ser tanto no hemisfério cerebral direito, quanto esquerdo, podendo estar associadas ou não a presença da heminegligência. Também os núcleos posterior e lateral da região posterolateral do tálamo podem estar envolvidos.

🟢 Uma das explicações para a síndrome de pusher ser mais facilmente diagnosticada nos pacientes hemiplégicos esquerdos é o fato de que as lesões no hemisfério cerebral direito normalmente comprometem mais a percepção, principalmente em relação à posição das partes do corpo no espaço, durante o movimento.

🟢 Existem três escalas para o diagnóstico da Síndrome de Pusher: Pusher Index, Melbourne Pusher Scale e Scale for Contraversive Pushing (SCP), sendo esta última a mais utilizada na clínica. 💻 Referência: Davies PM (1996); Karnath HO&Broetz D (2003); Karnath HO et al. (2005)

📷 Picture made by Al-Tubaikh (2016)